Você toparia ver um jogo a 350 m do chão? The Line prepara estádio 100% elétrico para 46 mil

Você toparia ver um jogo a 350 m do chão? The Line prepara estádio 100% elétrico para 46 mil

Um projeto no deserto saudita coloca a torcida diante de uma pergunta ousada: como será torcer em 2034, e onde?

A candidatura da Arábia Saudita à Copa do Mundo de 2034 levou ao mapa um estádio diferente do que você conhece. O NEOM Stadium, pensado para The Line, promete integrar esporte, energia limpa e arquitetura vertical em um só conjunto urbano.

O que está em jogo na candidatura de 2034

Documentos da candidatura saudita apontam o NEOM Stadium como uma das arenas que podem receber jogos do Mundial. A proposta dialoga com a ambição de transformar NEOM em vitrine de tecnologia e turismo. A arena é apresentada com 46 mil lugares, operação elétrica e integração direta à estrutura linear de The Line.

O estádio está previsto para 2032, encaixado no topo de The Line, a cerca de 350 metros do solo.

Um estádio pensado para The Line

O desenho coloca a arena na “roofline” de The Line, conceito de cidade estreita e comprida, com mobilidade elétrica e serviços compactados. Essa solução reduz a ocupação do solo e conecta o público a transporte de alta velocidade.

Altura, estrutura e cronograma

A proposta detalha dimensões padrão FIFA, gramado híbrido e operação 100% elétrica. O cronograma prevê início das obras em 2027 e conclusão cinco anos depois, abrindo portas em 2032. O estádio se junta a outras arenas novas e reformadas que, juntas, sustentariam a logística do Mundial.

O que quer dizer “suspenso”

Imagens divulgadas desde 2024 geraram a leitura de um estádio pendurado no ar. Checagens de veículos como ESPN e Reuters corrigiram a interpretação. A arena deve ser embutida na parte superior de The Line, e não sustentada por cabos ou colunas externas isoladas.

“Suspenso”, aqui, significa integrado à borda superior da estrutura, e não flutuando sobre o vazio.

Energia e sustentabilidade 100% elétrica

O NEOM Stadium se alinha à meta de neutralidade de carbono anunciada para NEOM. A operação promete dispensar combustíveis fósseis, com abastecimento por fontes solar e eólica e sistemas autônomos de energia e refrigeração.

Operação sem combustíveis fósseis

Engenheiros envolvidos no escopo falam em eficiência energética como princípio do projeto. A integração a redes elétricas dedicadas, somada a sistemas de sombreamento e ventilação controlada, tende a reduzir a carga térmica interna e o consumo em dias de pico.

Engenharia, segurança e experiência do torcedor

Instalar uma arena a 350 metros exige atenção a vento, vibração, evacuação e conforto ambiental. As soluções incluem rotas redundantes, plataformas de transição, controle de vibrações, isolamento térmico e acústico e backup energético.

  • Rotas múltiplas de saída e entrada, conectadas a corredores de The Line.
  • Controle de vibrações para mitigar efeito de ventos e deslocamento de público.
  • Isolamento acústico para reduzir ruído em áreas residenciais próximas.
  • Climatização eficiente com recuperação de calor e sombreamento inteligente.
  • Redundância elétrica para eventos de grande público.

O que o gramado híbrido agrega

O gramado híbrido combina fibras sintéticas com grama natural para aumentar resistência e regularidade. Essa solução suporta calendários intensos, comum em arenas que recebem futebol, shows e eventos culturais.

Custos, escopo e incertezas

O valor de US$ 8,8 trilhões circula em relatórios de consultorias internacionais e se refere ao conjunto de investimentos previstos para NEOM por décadas. Não há valor público específico para o estádio. O governo priorizou setores estratégicos e ajustou escopos desde 2024, segundo reportagens financeiras e da Reuters.

Capacidade ≈ 46 mil lugares
Altura de implantação ~350 m acima do solo (na roofline de The Line)
Energia Operação 100% elétrica (fontes solar e eólica)
Gramado Híbrido, padrão FIFA
Obras Início em 2027, conclusão estimada em 2032

O papel de NEOM no orçamento

NEOM é um portfólio que combina energia, moradia, turismo e transporte. O estádio funciona como símbolo de modernização e vitrine esportiva. A execução, porém, depende de marcos orçamentários, licenças e soluções técnicas que ainda passam por comitês e consultorias.

Onde o NEOM Stadium se encaixa no mapa da Copa

A candidatura prevê sedes distribuídas pelo país. Riad e Jidá surgem como polos principais, enquanto NEOM cumpriria papel complementar. A arena poderia receber fase de grupos e partidas eliminatórias. Após o Mundial, o plano sugere uso para eventos esportivos, culturais e turismo, com adaptação para clubes locais.

Pontos a acompanhar até 2032

O processo de contratação permanece sem anúncios oficiais. Também não há confirmação de fornecedores. A fase de licenciamento e a matriz de gestão ambiental aguardam detalhamento público. Esses marcos determinam a cadência das obras e o alinhamento às exigências da FIFA.

Riscos e mitigação

Ventos fortes em altura, picos de demanda energética e fluxos concentrados em dias de jogo pedem planos de contingência. Modelagem computacional de ventos, testes de evacuação e cenários de falha elétrica orientam as decisões de engenharia. A integração com transporte de alta velocidade reduz gargalos e amplia a segurança.

O que isso significa para você, torcedor

Um estádio vertical muda trajetos, filas e percepção de conforto. A chegada tende a ocorrer por corredores internos de The Line, com menor dependência de carros. Áreas de circulação precisam ser amplas, sinalizadas e climatizadas para evitar gargalos e calor excessivo.

Serviços e acessibilidade

Banheiros, bares e acessos devem distribuir o público por níveis, aliviando pressão em pontos únicos. Tecnologias de bilhetagem digital e controle de fluxo reduzem tempo de espera. Acessibilidade vertical com elevadores de alta capacidade e rampas largas precisa cumprir normas internacionais.

Perguntas que vale fazer agora

  • Quais fornecedores vão assumir projeto estrutural, energia e clima em altura?
  • Como o plano de evacuação lida com contingências simultâneas, como vento extremo e pane elétrica?
  • Qual parcela do orçamento de NEOM vai para o estádio e em que fases?
  • Como será medido e verificado o desempenho energético em dias de pico?
  • Que legado o equipamento deixará em calendário esportivo e cultural após 2034?

Sem contratos anunciados e orçamento detalhado, o cronograma 2027–2032 depende de decisões técnicas e financeiras nos próximos meses.

Informações complementares para ampliar a análise

Estádios em altura trazem desafios de vento lateral e sensação térmica. A solução passa por aerodinâmica da fachada, barreiras de vento e cobertura com bordas afinadas para reduzir vórtices. Simulações em túnel de vento e em CFD ajudam a prever cargas e conforto do público. Quadras e campos em topos de edifícios já existem em menor escala, o que fornece base de dados parcial para dimensionar estruturas e sistemas de amortecimento.

O conceito de cidade elétrica integrada sugere vantagens: menor pegada de carbono operacional, redução de deslocamentos rodoviários e uso de energia renovável local. Os riscos incluem dependência de sistemas complexos, custos de manutenção e necessidade de equipes especializadas em operação 24/7. O desempenho real dependerá da qualidade de execução, da governança de dados energéticos e da capacidade de ajustar rotas e serviços conforme a demanda do calendário esportivo e cultural.

Leave a Comment

Votre adresse e-mail ne sera pas publiée. Les champs obligatoires sont indiqués avec *