Uma sala histórica reabre restaurada e recebe obras que viajaram a Paris e Bilbao. O público ganha novos motivos para ir.
A partir desta quinta-feira (6), o Palácio dos Bandeirantes abre a mostra “São Paulo – Paris: A Descoberta de Tarsila do Amaral”. Pela primeira vez, a coleção completa da artista sob guarda do Acervo dos Palácios se reúne na sede do Governo de São Paulo. A programação marca os 40 anos do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Estado.
O que está em cartaz
O Salão dos Pratos volta à rota cultural com 16 obras de Tarsila do Amaral. O espaço passou por restauro para recuperar características originais. Piso, portas e teto foram revistos para acolher o público e os trabalhos com segurança e respeito ao patrimônio.
Seis pinturas retornaram recentemente de empréstimos para exposições em Paris e Bilbao. A circulação internacional reacendeu leituras sobre a artista e reafirmou seu peso no modernismo. A curadoria é de Rachel Vallego, responsável também pela gestão do Acervo dos Palácios, que propõe um percurso entre décadas e linguagens.
A mostra reúne 16 obras de Tarsila, com curadoria de Rachel Vallego, no Salão dos Pratos restaurado.
Uma travessia entre cidades
O fio condutor aponta para descobertas entre São Paulo e Paris. Da infância em fazenda e da metrópole, Tarsila recolheu cromatismos, memórias e formas. Na capital francesa dos anos 1920, absorveu vanguardas e encontrou vocabulário para reinventar a visualidade brasileira. O recorte abrange criações dos anos 1910 aos 1960, o que permite acompanhar mudanças de tema e de solução plástica ao longo de cinco décadas.
Esse diálogo entre dois mundos aciona questões caras à história da arte no país: identidade, linguagem pictórica e circulação internacional de artistas brasileiros. A exposição consolida essa conversa com obras que pertencem ao acervo público paulista.
Por que isso importa para você
O acesso gratuito amplia a entrada de novos públicos e facilita a visita de famílias, estudantes e turistas. A reunião do conjunto no Palácio, algo inédito, oferece uma visão encadeada da carreira da pintora. Quem quer entender o modernismo brasileiro ganha uma oportunidade rara de ver obras marcadas por pesquisa de cor, volume e síntese formal. Visitantes habituais de museus encontram novas leituras após a passagem do conjunto por importantes mostras europeias.
- Recorte temporal amplo: produções dos anos 1910 aos 1960.
- Salão histórico requalificado para visitas e exposições.
- Eixo curatorial que conecta São Paulo e Paris sem perder o foco na linguagem brasileira.
- Entrada gratuita mediante agendamento confirmado.
- Programação alinhada ao 40º aniversário do Acervo dos Palácios.
Entrada gratuita até 25 de janeiro de 2026. Agendamento obrigatório com pelo menos 48 horas de antecedência.
Como visitar sem perrengue
A visita exige agendamento prévio. O Palácio recebe públicos individuais e grupos, com janelas definidas ao longo do dia. O controle de acesso evita filas longas e garante melhor circulação no salão. Organize a ida com antecedência e confirme o horário na mensagem de retorno do agendamento.
| Período | 06/11/2025 a 25/01/2026 |
|---|---|
| Local | Palácio dos Bandeirantes |
| Endereço | Avenida Morumbi, 4500 |
| Horários | Segunda a sexta, 10h às 16h |
| Sábados | Consultar disponibilidade no agendamento |
| Preço | Gratuito |
| Agendamento | Obrigatório, com antecedência mínima de 48 horas |
Grupos escolares devem reservar com mais tempo para garantir mediação. Leve documento com foto para facilitar a entrada. Itens volumosos podem passar por inspeção. Informe necessidades de acessibilidade durante o pedido de visita para organizar o melhor percurso.
Bastidores do restauro e da curadoria
O Salão dos Pratos passou por intervenção para recuperar materiais e acabamentos originais. O projeto tratou piso, portas e molduras, e cuidou da iluminação para valorizar as pinturas. Essa etapa cria um diálogo entre arquitetura, história e conservação de acervo.
Na curadoria, Rachel Vallego reuniu obras que permitem observar pesquisas e mudanças de Tarsila ao longo do tempo. O recorte evita leituras estanques e incentiva o visitante a conectar imagem, técnica e contexto. A proposta responde também a um momento de renovação de interesse internacional por artistas brasileiros do período modernista.
Tarsila, modernismo e legado hoje
Tarsila do Amaral ocupa posição central no modernismo brasileiro. Sua produção ajudou a consolidar uma linguagem própria, informada por vanguardas europeias e por temas do cotidiano, do campo e da metrópole. A artista investigou planos de cor, simplificação de formas e soluções que aproximam figura e paisagem, sem abrir mão de referências nacionais.
A circulação recente de obras em Paris e Bilbao, seguida da reunião no Palácio, sinaliza um movimento de reavaliação global do modernismo latino-americano. Para o público, isso se traduz em novas chaves de leitura e na possibilidade de ver as pinturas com contextos atualizados de interpretação.
Impacto educativo e social
A mostra articula patrimônio, educação e cultura. Professores podem usar a visita para trabalhar conceitos de cor, geometria, memória e identidade. Estudantes ganham contato com procedimentos de museologia, curadoria e conservação. Famílias têm roteiros curtos e objetivos, com salas que favorecem conversas sobre paisagem, cidade e fazenda, sem jargão técnico.
Roteiros e dicas para aproveitar melhor
Reserve pelo menos 45 minutos para ver as obras com calma. Leve um caderno pequeno para anotar impressões de cor e forma. Tire fotos apenas onde for permitido e sem flash. Combine a visita com uma conversa sobre o que diferencia as fases de produção da artista. Compare paleta, linhas e volumes entre as décadas.
Quem mora na capital pode planejar uma segunda ida em horário menos concorrido, como o início da tarde em dias úteis. Grupos maiores devem dividir a turma em blocos menores para melhorar a circulação. Pessoas com mobilidade reduzida devem checar previamente o melhor acesso e os tempos de deslocamento dentro do Palácio.
Informações complementares que ajudam na sua visita
Para quem deseja levar a experiência para a sala de aula, vale propor exercícios visuais simples: identificar três cores predominantes em cada obra, perceber como a artista usa linhas para sugerir volume, reconhecer elementos da paisagem brasileira presentes na composição. Esses exercícios funcionam com crianças e adolescentes e não exigem conhecimento técnico.
Para visitantes que chegaram a conhecer apenas reproduções, ver as pinturas ao vivo revela nuances de pincelada, textura e contraste que não aparecem em tela de celular. Isso altera a leitura e acrescenta camadas de sentido. Planeje uma conversa final para registrar impressões do grupo e selecionar uma obra favorita, com justificativa.


