Zona norte, fila e 1,2 milhão de seguidores: você caiu na 'picanha maldosa' de R$35 a R$120?

Zona norte, fila e 1,2 milhão de seguidores: você caiu na ‘picanha maldosa’ de R$35 a R$120?

Quem passa pelo Jardim Peri já nota o movimento crescente, o cheiro de brasa e celulares apontados para pratos fumegantes.

Nas ruas do Jardim Peri, na zona norte de São Paulo, um endereço virou ponto de peregrinação. O Restaura Bar ganhou o coração do público com vídeos diretos, pratos abundantes e um bordão que virou garantia de confiança: “Não é marketing!”. Por trás da câmera, Christian “Pitty” Santos transformou a cozinha de casa em um negócio que lota a calçada e movimenta a vizinhança.

Da marmita à fila na calçada

O Restaura Bar nasceu em 2017. A cozinheira Andreia Santos começou vendendo marmitas no portão de casa. A demanda cresceu, as dívidas também. O filho assumiu a gestão em um momento decisivo, apostou em vídeos curtos, linguagem direta e transparência no preparo. A fórmula engajou.

Hoje, Pitty coordena três operações na mesma rua: restaurante, cozinha dedicada ao delivery e bar. Os perfis somam mais de 1,2 milhão de seguidores. O cardápio e as porções aparecem nas redes sem truque de iluminação ou embelezamento exagerado. A promessa é entregar na mesa o que aparece no vídeo.

Três portas no mesmo quarteirão, 1,2 milhão de seguidores e um bordão que virou selo de confiança: “Não é marketing!”.

A picanha maldosa que virou destino

O prato-símbolo leva um nome que nasceu dos comentários do público: picanha “maldosa”. A carne chega em fatias generosas, feita na brasa, no ponto escolhido. Acompanhamentos completam a experiência: arroz, feijão, vinagrete, batata frita, farofa e molho de alho. Nada de montagem minimalista. A ideia é mesa farta, com cara de domingo.

Picanha na brasa, ponto do cliente, arroz, feijão, vinagrete, fritas, farofa e molho de alho. Sem firula, com sustança.

O apelido pegou porque os vídeos aparecem bem na hora da fome. O público comenta que dá “maldade” ver a carne pingando suco e a fumaça saindo da chapa enquanto encara um pão com manteiga no almoço corrido. A brincadeira virou marca e trouxe gente de vários bairros para provar a receita.

Como o vídeo vira mesa ocupada

Os clipes curtos mostram preparo, textura e porção completa. A câmera não corta a parte do empratamento. O cliente vê a quantidade e cria expectativa real. Na prática, isso reduz frustração e fideliza. Desde que começou a gravar, Pitty transformou audiência em presença, especialmente nos fins de semana.

  • Expectativa e realidade pareadas: o que aparece no vídeo chega igual no prato.
  • Porções pensadas para dividir, o que baixa o ticket por pessoa.
  • Tom de voz popular e direto, que aproxima e viraliza.

Rotina de quem quer ir sem passar aperto

A casa trabalha com pratos do dia, reforçando a base caseira. A seguir, um guia útil para programar a visita e entender a faixa de preços praticada.

Dia Prato do dia Faixa de preço
Segunda Virado à paulista R$35 a R$120 (individuais e para compartilhar)
Terça Feijão tropeiro R$35 a R$120
Quarta Feijoada R$35 a R$120
Quinta À parmegiana R$35 a R$120
Sexta Filé de peixe R$35 a R$120
Sábado Feijoada R$35 a R$120
Domingo Baião de dois R$35 a R$120

Faixa de preços por porção: de R$35 a R$120, com opções individuais e para compartilhar.

Quem cozinha e quem gerencia

Andreia segue no comando do fogo e preserva as receitas que abriram caminho: feijoada encorpada, baião de dois úmido, carne assada e de panela. Pitty cuida da vitrine digital, do atendimento e da operação. A dupla equilibra tradição e linguagem contemporânea. O resultado aparece no movimento, na rotatividade das mesas e na fila que se forma nos horários de pico.

O que esse caso ensina a quem empreende

  • Mostre produto real. Vídeo sem maquiagem gera confiança e reduz reclamação.
  • Padronize porções. O cliente volta quando sabe o que esperar.
  • Abra canal de delivery separado. Fluxo de salão e entregas deixam de brigar por espaço.
  • Use bordão e constância. Repetição ajuda a fixar a marca e facilita a lembrança.

Impacto no bairro e desafios da fama

O fluxo de clientes movimenta fornecedores, gera empregos e puxa outras iniciativas na mesma rua. Quem mora por perto vê mais gente circulando e pequenos negócios abrindo portas. Vêm também os desafios. Manter padrão com a carne oscilando de preço exige negociação com frigoríficos. Crescimento pressiona a cozinha e cria gargalos em dias chuvosos ou em grandes datas.

Há o risco de copiar a proposta sem garantir a experiência. Sem ponto certo da picanha, a decepção derruba os números. A resposta do Restaura Bar passa por treinar equipe, controlar corte e gramatura e reforçar a promessa de “prato igual ao do vídeo”.

Serviço

  • Endereço: R. Caetano Nogueira da Costa, 791 — Jardim Peri, São Paulo
  • Funcionamento: segunda, quarta, quinta e sexta, 11h às 22h; terça, 11h às 16h30; sábado e domingo, 11h às 20h50
  • Instagram: @restaurabar_

Três operações na mesma rua, cardápio de prato feito e uma picanha que virou marca registrada do bairro.

Para o leitor que quer testar a picanha em casa

Quem deseja reproduzir a experiência pode focar no essencial: ponto, descanso e corte. Abaixo, um roteiro simples para não errar.

  • Seleção: peça com boa capa de gordura e aproximadamente 2,5 cm de espessura por fatia.
  • Preparo: sal grosso na hora, brasa média-alta, viradas rápidas para selar sem ressecar.
  • Descanso: três a cinco minutos fora do fogo. Corte contra as fibras para manter suculência.
  • Acompanhamento: vinagrete ácido, farofa crocante e molho de alho cremoso equilibram a gordura.

Quando ir e como dividir a conta

Chegar no começo do almoço, por volta das 11h, reduz espera. Dividir a picanha com os acompanhamentos entre dois ou três ajuda no custo por pessoa. A casa trabalha com porções pensadas para compartilhar, o que encaixa bem grupos e famílias. Quem prioriza conforto deve considerar os horários de terça e de meio da tarde, com fluxo menor.

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