Bolsas de palha estão em alta de novo — os modelos que são tendência

As bolsas de palha reaparecem nas ruas como se nunca tivessem ido embora, só que com um frescor novo. Em um país quente e visual, elas conversam com o verão eterno das cidades e com o desejo de tocar materiais vivos, cheios de textura.

A cena foi numa manhã de sábado, na feira da praça. Cheiro de manga madura, som de conversa cruzada, uma brisa tímida que levantava as franjas de uma bolsa de palha pendurada no ombro de uma menina de vestido branco. Ela caminhava sem pressa, celular numa mão, pão de queijo na outra, e a bolsa — meio cesta, meio tote — parecia parte do corpo. Duas barracas adiante, uma senhora comparava tramas como quem escolhe fruta, checando se a fibra era firme, se o forro não ia ceder. Um rapaz de bermuda de linho, sandálias e óculos escuros, soltou um “amei essa meia-lua” e riu do próprio gosto repentino. O detalhe que ninguém disse em voz alta me ficou na cabeça.

Os modelos que estão bombando

As vitrines mostram uma família inteira de formatos que cabem na vida real. A **meia-lua minimalista** veste o ombro com fluidez e dá um ar moderno até ao jeans surrado. O **bucket com alça longa** fica urbano, atravessa o corpo e deixa as mãos livres. E a **tote estruturada** segura a agenda do dia: caderno, garrafinha, um casaco leve, o batom que sempre some.

Outro dia, no metrô, vi uma designer com uma mini-cesta de palha e blazer de alfaiataria; o contraste parecia estudado, mas soava espontâneo. No Pelourinho, uma vendedora me mostrou um modelo de palha de buriti com fecho de couro cru, orgulho no olhar, história nos dedos. Em São Paulo, um executivo cruzou a Paulista com uma palha quadradinha, quase uma maleta, e ninguém achou estranho. O hi-lo não pede licença.

Por que voltaram? Porque o olho anda cansado do plástico liso e do brilho que cansa. Textura cura, e a palha entrega textura com leveza e um tanto de memória afetiva, da praia à varanda da avó. *Sim, aquela bolsa que você herdou da sua avó voltou a fazer sentido.*

Como escolher, combinar e cuidar

Comece pela fibra. Palha de buriti e rattan tendem a ser mais firmes; carnaúba e jacinto têm leveza e desenho mais orgânico. Passe a mão, sinta a trama, veja se o forro é costurado e não apenas colado. Alça conta: curta para looks elegantes, longa para o corre do dia. Pense no que você carrega e teste o fecho ainda na loja.

Erros comuns? Encharcar na chuva, lotar até deformar, guardar apertada no armário. Se molhar, seque à sombra, deitada, e dê um respiro entre usos. Guarde com enchimento de papel de seda e evite pendurar por longos períodos, para não ceder. Sejamos honestos: ninguém faz isso todos os dias. Mas quando você faz, a bolsa dura mais e fica mais bonita também.

Todo mundo já viveu aquele momento em que precisa de um look “pronto” em dois minutos — a palha resolve.

“Palha respira e tem memória. Se você cuida, ela se molda à sua vida”, me disse uma artesã no interior da Bahia.

A boa notícia é que dá para ter um arsenal simples ao alcance da mão:

• Uniforme certeiro: vestido branco + palha meia-lua + rasteira.
• No trabalho: blazer, jeans escuro, palha estruturada, brincos pequenos.
• No fim de semana: bucket de palha, camiseta, short de linho e óculos vintage.

E o que vem pela frente

Os próximos meses prometem misturas: palha com brilho discreto, aplicações de contas, bordas em couro colorido, alças trançadas que parecem joia. As marcas artesanais ganham palco, e feiras locais viram garimpo de tesouros que não saem iguais da banca. As versões mini seguem fofas para a noite, enquanto as oversized continuam fortes nas viagens curtas de carro e nos dias de praia que viram almoço na cidade. A conversa que importa é sobre tempo: peças que acompanham as fases da vida, com consertos possíveis, história nas mãos, fotos no rolo da câmera. Trocar, emprestar, herdar. Vale experimentar uma palha com alfaiataria seca, ou com moletom e tênis. De um jeito ou de outro, elas estão de volta — não como moda passageira, mas como gesto.

FAQ :

• Como limpar uma bolsa de palha no dia a dia?Pano levemente úmido, movimentos suaves e secagem à sombra.
• Molhou na chuva — e agora?Tire tudo de dentro, modele com papel e deixe secar natural, sem sol direto.
• Combina com looks de inverno?Sim: tricô cru, alfaiataria escura e bota de cano curto criam contraste elegante.
• Vale usar no trabalho?Versões estruturadas, com forro e fecho seguro, funcionam em ambientes casuais a formais.
• Quais detalhes modernizam a palha?Alça longa, bordas de couro colorido, mix com metal ou tecido bordado.