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Sex toys pra lésbicas: criatividade e experimentação pra começar

by Redação taofeminino ,
Sex toys pra lésbicas: criatividade e experimentação pra começar© IStock

Mesmo num mar de produtos criados e vendidos sem foco nesse público, dá sim pra mulheres gays curtirem sozinhas (ou a duas, três, quatro…) os prazeres dos brinquedos sensuais. Por Marcela Braz

Summary
  1. · Não é pra substituir, é pra somar
  2. · Criatividade e experimentação
  3. · Os queridinhos das lésbicas
  4. · Com ou sem formato de pênis?
  5. · Ideias de posições sexuais? Pois sim!
  6. · Continue com a gente!

Quando a gente vai numa sex shop ou procura produtos eróticos online, qual é a visão na grande maioria das vezes? Coisas para héteros e homens gays. Não dá pra generalizar, claro. Dependendo da região, da cidade, as lojas adaptam a disposição e a escolha das mercadorias pro seu público. Mas não é comum encontrar uma comunicação visual voltada pras consumidoras lésbicas.

"É uma coisa muito heteronormativa. Os sites sempre promovem produtos pensando no casal hétero. Loja física também é assim: você vai com a namorada e fica desconfortável", conta Marcia Soares, dona da sex shop online theLvibe -- sim! O nome foi inspirado no seriado The L Word, sobre lésbicas e bissexuais. Por sentir esse gap no mercado, ela resolveu abrir seu próprio negócio e dar atenção especial, "acolher e entender" as homossexuais (oun!), além de testar e escolher a dedo os sex toys da vitrine virtual.

Essa carência por direcionamento não é por falta de interesse, não, a gente já falou sobre isso aqui: Sobre sex shops, parte 1: os sex toys que as mulheres gostam. A Abeme (Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual) já cantou a bola em 2014, numa pesquisa mais profunda, e reforça este ano: quem mais compra sex toys são mulheres jovens, em relacionamentos estáveis, independente de orientação sexual.

Newsflash: as lésbicas também consomem, minha gente. As mulheres somaram metade do público da 23a Feira Internacional de Produtos e Serviços do Mercado Adulto – Erótika Fair, e a presença gay feminina este ano foi ainda maior do que em outras edições, principalmente de casais. "A mulher gosta de fantasiar e experimentar. Eu, como empreendedor, pensaria com carinho nesse público, que não tá sendo trabalhado direito por ninguém no mercado. Tudo é oportunidade", opina Evaldo Shiroma, idealizador da feira.

Não é pra substituir, é pra somar

Marcia lembra aquele velho clichê que sempre perguntam sobre sexo lésbico: "não fica faltando nada? Olha, minha filha, se o seu relacionamento é só o pênis na vagina, tem que entender melhor o que é o sexo".

Então é isso: vibrador não é substituto de pênis, e sex toy não serve pra preencher lacunas sexuais. "A ideia da substituição também acontece entre lésbicas, tem um machismo entranhado. O lance é pensar que aquele item tem que somar ao que você já tem", aconselha.

Criatividade e experimentação

Outra forma de fugir de ideias antiquadas e heteronormativas é dar outro significado ao jeito de usar os toys e ir além do que sugere o manual. Um vibrador tanto não é substituto que não serve só para penetrar ou estimular o clitóris, gente. As vibrações podem arrepiar outras partes erógenas do corpo, como mamilos, coxas, bunda (e até aquela área logo abaixo da nádega)...

E Marcia, do alto de sua experiência, vai além: ela vende bastante para lésbicas o clássico anel peniano, feito de silicone e com vibrador. Ele é feito e marketado pra ser colocado no pênis, mas pode ser usado nos dedos também.

Pensando ainda mais fora da caixa, o masturbador masculino, virado do avesso, dá uma textura legal aos dedos e pode ser usado para se masturbar sozinha ou dar uma mãozinha pra namorada/amante/peguete/amiga colorida. "Aconselho também a escolherem juntas, se é um casal, porque [o sex toy] é algo que as duas têm que gostar. O principal ponto é se libertar e se conhecer. E como você vai saber o que você gosta se não testa sozinha?", questiona.

Os queridinhos das lésbicas

Já falamos aqui no TãoFeminino sobre os produtos mais vendidos para mulheres, né? Os géis são os mais consumidos, segundo a Abeme, e Shiroma aposta nos que esquentam e esfriam. No theLvibe, tem feito muito sucesso um à base de jambu. "Dá a sensação de dormência, de vibração e tem bastante saída porque é uma novidade", conta Marcia.

Mas até aí, nada muito específico pras homossexuais. Até porque as grandes lojas não têm como saber a orientação sexual das consumidoras. A Loja do Prazer, um dos maiores e-commerces do Brasil no mercado erótico, aposta nos massageadores com estimuladores de clitóris, no dildo duplo e na cinta peniana.

Marcia, com relação mais próxima às consumidoras lésbicas, citou os mesmos produtos. O campeão de vendas é o rabbit, que ficou famoso nas mãos da Charlotte em Sex and the City, "porque ele é muito democrático e completo. Atende quem gosta de penetração e quem gosta de estímulo clitoriano e os dois ao mesmo tempo".

As cintas empataram com o coelhinho. Entre as vendidas no theLvibe, ela fala de uma que vem com a prótese e não tem vibrador. A graça é que ela é vertebrada e articulada, mexe conforme o movimento e não involuntariamente.

© thelvibe
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Com ou sem formato de pênis?

É unânime: a grande tendência do mercado em vibradores é apostar mais em design e tecnologia do que nas semelhanças com o pênis, categoria que perdeu o espaço no topo das vendas. "Produtos mais tradicionais e de baixa qualidade tecnológica começaram a perder mercado. Hoje a versatilidade está muito na moda. A procura por acessórios que promovem mais variações ao prazer está cada vez maior", explica Renato Saladino, diretor da Loja do Prazer.

Pro Shiroma, o poder da tecnologia e das inovações na hora de escolher os massageadores é o que liga. "O que mais se lança lá fora e vem pra cá é um produto que não tem o formato de um pênis. Eles visam muito tecnologia, design e variações de vibração. Você ter um vibrador e comandar via celular é inovador e bem legal."

Mas essa tem sido uma preferência feminina no geral, não necessariamente tem a ver com o mundo lésbico. Pra Marcia, o objeto ser fálico não é necessariamente um problema. "Um casal de meninas tava procurando um pênis que ejaculasse artificialmente. Existe lá fora, mas não esperava ter essa demanda. Não tem como determinar o que a pessoa gosta ou não. Não se trata de ser hétero ou lésbico, cada uma pensa de um jeito e sente uma coisa." Pois bem, então vambora ser livres pra gostar do que a gente quiser? Tá favorável.

Ideias de posições sexuais? Pois sim!

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Redação taofeminino
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