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Dicas para curtir (de verdade) um ménage a trois

by Redação taofeminino ,
Dicas para curtir (de verdade) um ménage a trois© iStock

Inserir um terceiro elemento na relação nem sempre é fácil, mas pode ser uma experiência bem gostosa com alguns pontos em mente. Por Marcela Braz

Summary
  1. · Os motivos para fazer um ménage
  2. · O terceiro elemento no ménage
  3. · O pré-ménage
  4. · Durante o ménage
  5. · As mil camisinhas
  6. · Continue no taofeminino!

"Qual é o pior que pode acontecer?", pergunta aquele amigo sensato. Sempre tem um. Sim, ok, se algo der errado no ménage a trois não é o fim do mundo. Porém, a gente não quer isso. Não porque o sexo tenha de ser aquela coisa perfeita – e o que é o "perfeito", não é mesmo? –, mas pra investir na experiência pelos motivos certos, com menos inseguranças, ser algo prazeroso e divertido pra todas as partes envolvidas.

É normal ter dúvidas. Será que vou ter ciúme? Será que vou dar conta? E se eu ficar de fora? "Nossa cultura apregoa que uma relação deve ser a dois. Se você foge à regra, isso gera tensão, insegurança, medo inclusive de que as pessoas do grupo social descubram, não aceitem e te rejeitem. E ainda tem outra questão: você não sabe como se comportar e perde a noção das regras", esclarece Sandra Vasques, educadora, psicóloga com especialização em sexualidade humana e consultora do Instituto Kaplan - Centro de Estudos da Sexualidade Humana.

A vibe "relaxa e goza" pode funcionar pra algumas mulheres, mas se você tem incertezas sobre como fazer um ménage, talvez essas dicas te ajudem a ficar mais tranquila.

Os motivos para fazer um ménage

Para começar, fazer porque o namorado ou namorada quer não é um bom motivo. Principalmente se a pessoa estiver fazendo chantagem. "O relacionamento é de duas vias. Quando o cara tá pressionando, eu falo: mas ele tá preparado pra te ver com outro homem? Normalmente os homens têm mais restrições", conta Wendy Palo, especialista em terapia sexual, consultora de saúde e educação sexual e diretora executiva da Luxuria Consultoria, voltada para o mercado erótico.

Pra ela, o trato tem de ser justo: a decisão é feita em conjunto, "a outra pessoa não tá aí pra fazer a vontade do outro". Os envolvidos têm de analisar se o ménage é um tipo de fantasia a se concretizar, se elas tão dispostas a ver o outro interagindo sexualmente com outra pessoa, se isso vai excitar ou não. Às vezes pode não ser o caso. Uma ideia legal da Sandra é fazer um teste e ir a uma casa de swing pra ver como os dois (ou duas) se sentem, mesmo que só pra olhar e não participar.

​Um ponto importante é, se for um casal, que os dois (ou as duas) estejam em um bom momento do relacionamento. "Essas coisas devem ser feitas quando você tá num relacionamento bom, em que existe muito diálogo e muita cumplicidade", pensa Wendy. Sandra concorda: "Se o casal tiver em crise, inseguro, o ménage não segura casamento. Aliás, detona".

O terceiro elemento no ménage

Aí é outro ponto a ser discutido em conjunto (tudo deveria ser, por sinal). Na hora de escolher o terceiro parceiro, Wendy propõe avaliar que tipo de pessoa atrai os dois (ou as duas)? Não só fisicamente, mas também tem que "bater o santo".

"Um grande medo é prefiram o outro e voltem a se encontrar com ele. Até é uma possibilidade, mas poderia acontecer de qualquer outra maneira. E esse não é o propósito, não é o comum", pensa Sanda. Nesse caso, ela aconselha fazer uma escolha confortável para todas as partes envolvidas. "Tem quem prefira um conhecido, porque pode trazer mais controle. Outros querem uma desconhecida ou profissional, pra garantir maior distância."

Ah, e muito importante: a terceira pessoa não é um objeto e merece atenção e respeito. Vale lembrar que nossa cultura machista dá "aval" (só) nessas horas para as lésbicas terem essa orientação sexual. Então, no caso de um casal heterossexual escolher outra mulher pra fazer parte desse momento especial, é um bom começo não assumir que qualquer homossexual gostaria de participar. Abordá-la com respeito e cuidado é o mínimo.

O pré-ménage

Preliminar é tudo, né? Mas, espera, nem chegamos lá ainda. As duas especialistas recomendam conversar bastante antes, estabelecer regras e limites. "Vai ter beijo na boca? Vai ter carícias e sexo oral? Vai haver penetração? Pode começar gradativamente, a primeira vez não precisa ser completa", sugere Sandra. Como o ménage não é um relacionamento amplamente aceito pela nossa cultura, não existem regras preestabelecidas. Confiar no bom senso de cada um pode ser arriscado nesse caso.

"O grande segredo de fazer um ménage ou realizar qualquer fantasia é o diálogo entre o casal. Tudo que estiver bem conversado e acertado transmite segurança para os envolvidos. A pessoa que vem de fora também fica insegura", lembra Wendy.

E pra isso rolar sem atritos, as especialistas falam em estabelecer sinais, toques, olhares ou carícias, pra combinar dicas de que o outro tá desconfortável, precisa parar, tá se sentindo de fora etc. Outra dica dela é ter um momento de descontração entre os três (ou as três) antes de partir pra ação. Conversar, beber algo, jogar jogos, tipo "Verdade ou Desafio" ou "Eu Nunca", coisas pra relaxar. E investir nas preliminares. "Brinca, curte. A penetração é o de menos." Justíssimo.

Durante o ménage

Encanou na hora? "Calma, respira fundo e pensa: 'tô encanada à toa ou realmente isso vai ser ruim para mim?' Se sim, melhor parar", diz Wendy. Não dá pra ficar se torturando e isso pode vir a ser um peso na relação depois.

E se as duas (ou os dois) já tiverem sinais combinados, essa pausa pode ser ainda mais tranquila e, quem sabe, depois de uma conversa o clima volta. "A gente não é obrigada a fazer nada que a gente não queira. Tem que ter confiança no parceiro pra entender que ele não vá te forçar a fazer nada que você não queira", completa Sandra.

As mil camisinhas

Sim, várias camisinhas, para não faltar. Wendy explica que as mulheres têm mais de 50 bactérias na flora vaginal. "Às vezes tá tudo bem comigo, mas esse micro-organismo da outra não cai bem pra mim." Então vai penetrar na outra? Mesmo que seja uma cinta peniana, troque a camisinha. "E por mais que se tenha preconceito com isso, o sexo oral também pode provocar DSTs", registra Sandra. Então é isso, gente. Bora lá?

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